domingo, 8 de abril de 2012

Professor João Beserra da Silva: Saúde Plena Pelo Uso da Água com Estômago Vazio

Professor João Beserra da Silva: Saúde Plena Pelo Uso da Água com Estômago Vazio

Saúde Plena Pelo Uso da Água com Estômago Vazio



Saúde Plena Pelo Uso da Água com Estômago Vazio

Quanto maior conhecimento tivermos da vida e de como a preservá-la, maior oportunidade de sobrevivência teremos, se praticarmos esse conhecimento com disciplina.
Escola alguma este conferencista conhece que ensine a viver ou que promova as verdadeiras lições da vida; por essa razão em nossos seminários passamos o pouco que sabemos a respeito da vida e de como alcançar a longevidade com saúde e qualidade de vida. O melhor é o testemunho que passamos da nossa própria vida.
Vão em seguida algumas informações coletadas quanto ao uso da água para que a qualidade de sua vida seja melhor, como no Japão é praticado.

Um cardiologista disse que se todos que receberem esta mensagem a enviarem apenas a uma das pessoas que conhecem poderá ter a certeza de que, pelo menos, poderá salvar uma vida.

Beba água com estômago vazio

Hoje é muito popular, no Japão, beber água imediatamente ao acordar. Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores. Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores. Para doenças antigas e modernas, este tratamento com água tem sido muito bem sucedido....
Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças:
Dores de cabeça, dores no corpo, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, problemas do aparelho urinário e doenças renais, vômitos, gastrite, diarreia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, constipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta.

Método de tratamento:

  1. De manhã e antes de escovar os dentes, beber dois copos de água.
  2. Escovar os dentes, mas não comer ou beber nada durante 15 minutos.
  3.  Após 15 minutos, você pode comer e beber normalmente.
  4.  Depois do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas.
  5.  Pessoas idosas ou doentes que não podem beber dois copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente.
  6.  O método de tratamento cura os doentes e permite aos outros desfrutar de uma vida mais saudável

A lista que se segue apresenta o número de dias de tratamento que requer a cura das principais doenças:

  1. Pressão Alta - 30 dias
  2. Gastrite - 10 dias
  3. Diabetes - 30 dias
  4. Constipação - 10 dias
  5. Câncer - 180 dias
  6. Tuberculose - 90 dias
7.      Os doentes com artrite devem continuar o tratamento por apenas três dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diariamente.

Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente. É melhor continuar o tratamento mesmo depois da cura, porque este procedimento funciona como uma rotina nas nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia. Isso faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria. Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água fria para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar!

Para quem gosta de beber água fria ou algo gelado (cerveja ou refri)

Beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão. Uma vez que essa “mistura” reage com o ácido digestivo, ela se reparte e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto retarda a digestão, fazendo acumular gordura em nosso organismo e danifica o intestino. É melhor tomar água morna, ou se tiver dificuldade, pelo menos água natural.

Nota muito grave - perigoso para o coração:

As mulheres devem saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser uma dor no braço esquerdo. Esteja atento para uma intensa dor na linha da mandíbula. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito durante um ataque cardíaco.
Náuseas e suores intensos são sintomas muito comuns.
60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar de um sono profundo...
Sejamos cuidadosos e vigilantes

Ser um verdadeiro amigo é enviar este artigo para todos os seus amigos e conhecidos.

Professor João Beserra da Silva
telefones: 11/8464-5220 – 6435-0934

Professor João Beserra da Silva: O Mineral da Juventude e a libertação de cálculos renais

Professor João Beserra da Silva: O Mineral da Juventude e a libertação de cálculos renais

O Mineral da Juventude e a libertação de cálculos renais




O pepino é ótimo tônico para o fígado, rins, vesícula e dá força aos cabelos e unhas, pelo seu alto teor de sílica, flúor e enxofre. Seu suco é utilizado nas inflamações do tubo digestivo e da bexiga e no controle da pressão arterial. Tem também ação purificadora e serve para eliminar a gordura da pele.
Ele deve ser consumido sempre com casca (bem lavado), pois é nela que se encontram substâncias que o tornam de fácil digestão. É importante destacar que o pepino descascado praticamente vitamina alguma fornece. Os produtos orgânicos podem e devem ser consumidos com a casca, porque a mais alta concentração desta vitamina se encontra nela. Contrariando a opinião popular, sabe-se que a casca é responsável pela boa digestão do pepino.
Além disso, o pepino é diurético natural e de grande ajuda na dissolução de cálculos renais. É rico em potássio, o "mineral da juventude", que proporciona flexibilidade aos músculos e dá elasticidade às células que compõem a pele. Isso resulta em rejuvenescimento da epiderme e do rosto.

Vamos recapitular:
* É bom para cabelos e unhas;
* Faz bem ao fígado e outros órgãos;
* Elimina gordura;
* Excelente para pele;
* Deve ser consumido com casca.
Suco de Pepino (para perder gorduras)
  • 1 pepino médio com casca (use o normal, e não o japonês)
  • 1 litro e meio de água gelada
  • 1 pacote de suco de abacaxi c/hortelã ou outro de sua preferência.

ü Lave muitíssimo bem o pepino, corte-o em pedaços e coloque-o no liquidificador.
ü Acrescente a água e o suco.
ü Bata por uns 30 segundos ou até que o pepino dissolva por completo.
ü Coe para retirar a espuma e a parte fibrosa.
ü Beba durante o dia.
ü Esse suco deve ser consumido no decorrer do dia. Fazer um suco novo a cada dia.
ü O suco é um aliado no equilíbrio do organismo, mas para que ele tenha completo sucesso é necessário que seja acompanhado de dieta (alimentação) equilibrada.

Pesquisado, estudado e aferido pelo Professor João Beserra da Silva
professorbeserra@yahoo.com.br
telefones: 11/8464-5220 - 6435-0934

sábado, 7 de abril de 2012

Professor João Beserra da Silva: COMO DEUS EMERGE NO PROCESSO EVOLUCIONÁRIO?

Professor João Beserra da Silva: COMO DEUS EMERGE NO PROCESSO EVOLUCIONÁRIO?

COMO DEUS EMERGE NO PROCESSO EVOLUCIONÁRIO?



COMO DEUS EMERGE NO PROCESSO EVOLUCIONÁRIO?

Leonardo Boff, filósofo e teólogo

 

A nova cosmologia, derivada das ciências do universo, da Terra e da vida, vem formulada no arco da evolução ampliada. Esta evolução não é linear. Conhece paradas, recuos, avanços, destruições em massa e novas retomadas. Mas, olhando-se para trás,  o processo   mostra uma direção: para frente e para cima.

Somos conscientes de que renomados  cientistas se recusam a aceitar uma direcionalidade do universo. Ele seria simplesmente sem sentido. Outros, cito apenas um, como o conhecido físico da Grã-Bretanha Freeman Dyson que afirma: ”Quanto mais examino o universo e estudo os detalhes de sua arquitetura, tanto mais evidências encontro de que ele, de alguma maneira, devia ter sabido que estávamos a caminho”. 

De fato, olhando retrospectivamente o processso evolucionário que já possui 13,7 bilhõs de anos, não podemos negar que houve uma escalada ascendente: a energia virou matéria, a matéria se carregou de informações, o caos destrutivo se fez generativo, o simples se complexificou, e de um ser complexo surgiu a vida e da vida a consciência. Há um propósito que não pode ser negado. Efetivamente, se as coisas em seus mínimos detalhes, não tivessem ocorrido, como ocorreram, nós humanos não estaríamos aqui para falar destas coisas.

Escreveu com razão o conhecido matemático e físico Stephen Hawking em seu livro Uma nova história do tempo (2005): ”tudo no universo precisou de um ajuste muito fino para possibilitar  o desenvolvimento da vida; por exemplo, se a carga elétrica do elétron tivesse sido apenas ligeiramente diferente, teria destruído o equilíbrio da força eletromagnética e gravitacional nas estrelas e, ou elas teriam sido incapazes de queimar o hidrogênio e o hélio, ou então não teriam explodido. De uma maneira ou de outra, a vida não poderia existir".

Como emerge Deus no processo cosmogênico? A ideia de Deus surge quando colocamos a questão: o que havia antes  do big-bang? Quem deu o impulso inicial? O nada? Mas do nada nunca vem  nada. Se apesar disso apareceram seres é sinal de que Alguém ou Algo os chamou à existência e os sustenta no ser.

O que podemos sensatamente dizer, é: antes do big bang existia o Incognoscível e vigorava o Mistério. Sobre o Mistério e o  Incognoscível, por definição, não se pode dizer literalmente nada. Por sua natureza, eles são antes das palavras, da energia, da matéria, do espaço e do tempo.

Ora, o  Mistério e o Incognoscível são  precisamente os nomes que as religiões e também o Cristianismo usam para significar aquilo que chamamos Deus. Diante dele mais vale o silêncio que a palavra. Não obstante, Ele pode ser  percebido pela razão reverente e sentido pelo coração como uma Presença que enche o universo e faz surgir em nós o sentimento de grandeza, de majestade, de respeito e de veneração.

Colocados entre o céu e a terra, vendo as miríades de estrelas, retemos a respiração e nos enchemos de reverência. Naturalmente nos surgem as perguntas: Quem fez tudo isso? Quem se esconde atrás da Via-Lactea? Como disse o grande rabino Abraham Heschel de Nova York: “Em nossos escritórios refrigerados ou entre quatro paredes brancas de uma sala de aula podemos dizer qualquer coisa e duvidar de tudo. Mas inseridos na complexidade da natureza e imbuidos de sua beleza, não podemos calar. É  impossível desprezar o irromper da aurora, ficar indiferentes diante do desabrochar de uma flor ou não quedar-se pasmados ao contemplar uma criança recém-nascida”. Quase que espontaneamente dizemos: foi Deus  quem colocou tudo em marcha. É Ele a Fonte originária e o Abismo alimentador de tudo.

Outra questão importante é esta: que Deus quer expressar com a criação? Responder a isso não é preocupação apenas da consciência religiosa, mas da própria ciência. Sirva da ilustração já citada de Stephen Hawking, em seu conhecido livro Breve história do tempo (1992): “Se encontrarmos a resposta  de por que nós e o universo existimos, teremos o triunfo definitivo da razão humana; porque, então, teremos atingido o conhecimento da mente de Deus”(p. 238). Até hoje os cientistas estão ainda  buscando o desígnio escondido de Deus.

A partir de uma perspectiva religiosa, suscintamente, podemos dizer: O sentido do universo e de nossa própria existência consciente parece residir no fato de podermos  ser o espelho no qual Deus mesmo se vê a si mesmo. Cria o universo como desbordamento de sua plenitude de ser, de bondade e de inteligência. Cria para fazer outros participarem de sua suberabundância. Cria o ser humano com consciência para que ele possa ouvir as mensagens que o universo nos quer comunicar, para que possa captar as histórias dos seres da criação, dos céus, dos mares, das florestas, dos animais e da próprio processo humano e religar tudo à Fonte originária de onde procedem.
O universo está ainda nascendo. A tendência  é acabar de nascer e mostrar as suas potencialidades escondidas. Por isso, a expansão significa também revelação. Quando tudo tiver se realizado, então se dará  a completa revelação do desígnio do Criador.
Recebido de Fábio Oliveira
Postado Pelo Professor Beserra

Professor João Beserra da Silva: Nova Cosmologia e Libertação

Professor João Beserra da Silva: Nova Cosmologia e Libertação

Nova Cosmologia e Libertação





NOVA COSMOLOGIA E  LIBERTAÇÃO
Leonardo Boff, Filósofo e Teólogo
Tempos atrás o Museu Americano de História Natural fez uma consulta entre biólogos  perguntando se eles acreditavam que estávamos no meio de uma extinção em massa. 70% responderam positivamente que sim. O renomado cosmólogo Brian Swimme, autor junto com Thomas Berry de uma das mais brilhantes narrativas da história do Universo (The Universe Story, 1992) foi perguntado o que poderíamos fazer, respondeu: ”O universo já vem, há tempos, fazendo a sua parte para deter o desastre; mas nós temos que fazer a nossa. E o faremos mediante o despertar de uma nova consciência cosmológica, vale dizer, se ajustarmos  nossas condutas à lógica do Universo. Mas não estamos fazendo o suficiente”.
Que quer dizer esta resposta? Ela acena para uma nova  consciência que assume a responsabilidade coletiva com referência à proteção de nossa Casa Comum e à salvaguarda de nossa civilização. E ajustar nossas condutas à lógica do Universo significa responder aos apelos que nos vem do assim chamado “princípio cosmogênico”. Este é o que estrutura a expansão e a autocriação do universo com todos os seus seres inertes e vivos. Ele se manifesta por três características: a diferenciação /complexificação;a subjetividade/interiorização; e a interdependência/comunhão.
Em palavras mais simples: quanto mais o universo se expande, mais se complexifica: quanto mais se complexifica mais ganha  interiorização e a subjetividade (cada ser tem seu modo próprio de se relacionar e fazer a sua história) e quanto mais ganha interiorização e subjetividade  mais os seres todos entram em comunhão entre si e reforçam sua interdependência no quadro de um pertencimento a um grande Todo.
Comentam Berry/Swimme: ”Se não tivesse havido complexidade (diferenciação), o universo ter-se-ia fundido numa massa homogênea; se não tivesse havido subjetividade, o universo ter-se-ia tornado uma extensão inerte e morta: se não tivesse havido comunhão, o universo ter-se-ia transformado num número de eventos isolados”.
Nós teólogos da libertação, em quarenta anos de reflexão, temos  tentado explorar as dimensões econômicas, sociais, antropológicas e espirituais da libertação como resposta às opressões específicas. No contexto da crise ecológica generalizada, estamos tentando  incorporar esta visão cosmológica. Esta nos obrigou a quebrar o paradigma  convencional com o qual organizávamos nossas reflexões, ligadas  ainda à cosmologia mecanicista e estática. A nova cosmologia vê diferentemente o universo, como um processo incomensurável de evolução/expansão/criação, envolvendo tudo o que se passa em seu interior, também a consciência e sociedade.
Em termos do princípio cosmológico, libertação pessoal significa: libertar-se de amarras  para sentir-se em comunhão com todos os seres e com o universo,  fenômeno que os budistas chamam de “iluminação” (satori), uma experiência de não-dualidade e que São Francisco viveu no sentido de uma irmandade aberta com todos os seres. Em termos sociais, a libertação, à luz do princípio cosmogênico é: a criação de uma sociedade sem opressões onde as diversidades são valorizadas e expandidas (de gênero, de culturas e caminhos espirituais). Isso implica deixar para trás a monocultura do pensamento único na política, na economia e na teologia oficial. Este é o principal fator de opressão e de homogeneização.

A libertação requer também um aprofundamento da interioridade. Esta já não se satisfaz com o mero consumo de bens materiais; pede valores ligados à criatividade, às artes, à meditação e à comunhão com a Mãe Terra e com o Universo. A libertação resulta do reforço da “matriz relacional” especialmente com aqueles que sofrem injustiças e são excluídos. Esta matriz nos faz sentir  membros da comunidade de vida e filhos e filhas da  Mãe Terra que por nós sente, ama, cuida e se preocupa pelo futuro comum. Por fim, a libertação na perspectiva cosmogênica demanda uma nova consciência de interdependência e de responsabilidade universal. Somos chamados a reinventar nossa espécie, como o fizemos no passado nas várias crises pelas quais a humanidade passou. Agora ela é urgente porque não temos muito tempo e  devemos estar à altura dos desafios da atual crise da Terra.
Recebido de Fábio de Oliveira
Portado Pelo Professor Beserra - 

Professor João Beserra da Silva: Celebrando a Páscoa em Verdadde - Rubem Alves

Professor João Beserra da Silva: Celebrando a Páscoa em Verdadde - Rubem Alves

Celebrando a Páscoa em Verdadde - Rubem Alves



Celebrando a Páscoa em Verdade
Rubem Alves

 “O Luiz Fernando Veríssimo escreveu uma crônica hilariante sobre a Páscoa. Foi um diálogo absurdo entre um menino, seu pai e sua mãe, sobre o sentido dessa festa. A crônica termina com uma observação justíssima do menino. Disse ele: “Eu acho que ao invés de “coelho da Páscoa” deveria ser “galinha da Páscoa…” Pois é claro. Todo mundo sabe que coelhos não botam ovos. E todos sabem que galinhas botam ovos… Confesso minha ignorância: não sei como é que o coelho entrou nessa estória. Para início de conversa é preciso lembrar que os textos sagrados não fazem referência alguma a esse animalzinho fofo. Quem foi que teve a idéia de torná-lo o personagem mais importante dessa celebração cristã?

Certamente um gozador. E para tornar a estória mais absurda, fizeram com que os coelhos, que não botam ovos, botassem ovos de chocolate… Nos tempos de Jesus Cristo havia chocolate?

Acho que não. Galinhas não são seres poéticos. Na poesia elas sempre aparecem como bichos engraçados, cacarejantes, de inteligência curta, cuja única função é botar ovos e serem transformadas em canja. Assim é compreensível que vocês não gostem da idéia de galinhas de Páscoa. Eu também não gosto. Mas poderia ser “pombas de Páscoa”. Pombas são seres teológicos. Começando com a Arca de Noé. A se acreditar no relato do Antigo Testamento Noé, para se certificar de que o dilúvio acabara, soltou um corvo. Confesso que se eu fosse Noé teria adotado um método mais simples. Teria aberto a janela da arca e esticado o pescoço para fora. Eu veria, então, que a chuva havia terminado e que as plantas já estavam soltando os seus brotos. Será que Noé acreditava que o corvo, depois de voar, voltaria para dar um relatório? Como é que o corvo comunicaria os seus achados? O corvo ingrato não voltou. Desde então eles ficaram aves de má fama, injustamente. Vendo que o corvo não voltava e sem se dar conta do método mais fácil que sugeri, ele soltou uma pomba.

Ah! Ave maravilhosa! Voou, viu, apanhou um ramo verde de oliveira, e o trouxe para Noé! É preciso notar que as oliveiras daqueles tempos extraordinários deveriam ser diferentes das oliveiras de agora. As oliveiras de agora certamente estariam mortas, depois de passar tanto tempo debaixo d’água. Oliveiras não são plantas sub-aquáticas. Foi então que, pelo galho de oliveira que a pomba lhe trouxera, Noé ficou sabendo que o dilúvio havia chegado ao fim. Desde então as pombas passaram a ser símbolos teológicos: símbolos de pureza, símbolos de paz. Uma das telas mais comoventes de Picasso é uma menina com uma pombinha nas mãos. De fato as pombas têm um jeitinho de mansidão.

O que não acontece com os corvos negros de bico torto. Bom para os corvos, mau para as pombas. As pombas passaram a serem usadas como aves a serem sacrificadas no templo pelas razões mais incríveis. Se não me falha a memória as mulheres, terminado seu período  menstrual de impureza, deveriam sacrificar pombas no templo para se purificarem. Pobres pombas! O templo era uma sangueira. Quem quiser saber mais sobre a sangueira do templo que leia o livro de Saramago, “O evangelho segundo Jesus Cristo”.

Os corvos, pela esperteza do primeiro corvo que não voltou, ficaram livres desse triste destino. Vem então o Novo Testamento que sacraliza definitivamente as pombas, ao relatar que o Espírito Santo é uma pomba. Sobre isso leia-se o poema de Alberto Caeiro em que ele conta como Jesus voltou à terra, tornado outra vez menino. É lindo. Brincadeira de lado, o embaraço dos pais e a pergunta do menino revelam a confusão que marca essa festa. Ninguém sabe direito o que é que está sendo celebrado. E, para dizer a verdade, acho que são bem poucos aqueles que fazem alguma celebração.

Antigamente semana santa era coisa séria. Lembro-me da procissão do enterro, os panos roxos, a banda de música tocando a marcha fúnebre de Chopin, as matracas, as mulheres mais piedosas carregando pedras na cabeça, como penitência…

Isso mesmo: as mulheres carregavam pedras na cabeça. Como é bem sabido, Deus gosta de ver os seus filhos e filhas sofrer. Isso para não dizer da quaresma que a antecede, tempo em que as hostes do mal, demônios de todos os tipos, assombrações, mulas sem cabeça, almas penadas, ficavam soltas e todo mundo tinha medo de sair à noite. Sempre havia alguém que relatava, pela salvação da mãe morta, que havia visto uma mula sem cabeça numa encruzilhada à meia-noite. Meia noite era a hora do medo. E no escuro ouvia-se o zunido sinistro dos berra-bois. Semana Santa era um tempo metafísico, entre o céu e o inferno.

Agora é diferente. Páscoa é domingo, pé de cachimbo, cachimbo é de barro, bate no jarro, jarro é de ouro, bate no touro, touro é valente, chifra a gente, a gente é fraca, cai no buraco, buraco é fundo, acabou-se o mundo… Páscoa é fim de semana santa, feriado de três dias, a praia está esperando, hora de se preparar para a viagem… Contou-me um sacerdote da Igreja Ortodoxa Russa que lá a Páscoa é uma grande festa. O comunismo não foi capaz de destruir a alma do povo. Pela manhã as pessoas saem pelas ruas e se cumprimentam dizendo: “Cristo ressuscitou!” E o outro responde, com uma risada: “Sim, ele ressuscitou!” (A obra sinfônica de Rimski-Korsakov “A grande Páscoa russa” é linda”. E agora percebo que faz muito tempo que não a ouço). Entre nós, país onde 99% das pessoas acreditam em Deus ( acreditam porque acham que, se não acreditarem, é capaz de ele, Deus, enviar algum castigo… ), a Páscoa é como uma casca de cigarra presa no tronco de uma árvore.
Vazia. Morta. Não tem nada lá dentro. Mas já foi o corpo de um ser vivo que, cansado de ficar preso na casca, criou asas  e voou.
A Páscoa, com seus ovos de chocolate, é celebração inconsciente de um tempo que não existe mais, tempo em que se acreditava. Os ovos de chocolate, vocês sabem, são tão ocos quanto as cascas de cigarra…
Na tradição cristã mais antiga a semana santa era um teatro, o drama da vida dentro de uma casca de noz. Teologia mínima. Duas cenas apenas. Primeira cena: a morte e o seu horror parecem triunfar. Segunda cena: a vida sai do túmulo de pedra, deixando-o vazio como uma casca de cigarra.

A Adélia diz: “De vez em quando Deus me castiga, me tira a poesia. Olho uma pedra e vejo uma pedra…” Tem gente que ouve o canto das cigarras e ouve apenas o canto das cigarras.

Tem gente que fala Páscoa e só vê ovo de chocolate. Pensam na ressurreição como algo aconteceu, faz muito tempo, num lugar distante. (Impossível. mortos não ressuscitam.) E pensam em algo que acontecerá de novo num tempo distante, muito longe, no futuro (Impossível. Mortos não ressuscitarão.). Mas a poesia não conhece nem o passado e nem o futuro. O passado sobre que a poesia fala é presente na memória e nos
sentimentos. O futuro sobre que a poesia fala é presente na esperança. Assim os poemas da ressurreição falam sempre do presente.

A Morte é agora. Nós somos o túmulo. “Quem anda duzentos metros sem vontade anda seguindo o próprio funeral vestindo a própria mortalha…” Muita gente morreu e não percebeu. Mas a Ressurreição pode acontecer também agora.

Tenho, no meu escritório, uma tela de Pierro della Francesca (1410 – 1492) chamada “Ressurreição”. A pedra do túmulo corta a tela em duas partes. Na parte de cima, com seu pé sobre a pedra, o Cristo ressuscitado. Na parte inferior, encostados à pedra, os guardas adormecidos. Perguntam-me sobre o sentido da tela. Respondo que não sei o sentido da tela. As telas têm muitos sentidos. Eu só posso dizer os pensamentos que aquele quadro me faz pensar.

E digo: enquanto os guardas da morte estão dormindo, o divino que mora em nós sai do sepulcro. Sabem disso as cigarras. Caminhando hoje pela manhã na fazenda Santa Elisa eu ouvi o seu canto. Já haviam deixado suas cascas nos troncos das árvores. Agora são seres alados. Cantam e voam, a procura do amor… Penso que estão celebrando a Páscoa…”