sábado, 25 de fevereiro de 2012

Professor João Beserra da Silva: Uma Nova Pessoa - Professor João Beserra da Silva

Professor João Beserra da Silva: Uma Nova Pessoa - Professor João Beserra da Silva

Uma Nova Pessoa - Professor João Beserra da Silva


Mudanças - Uma Nova Pessoa

                   “Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa”. Provérbio Chinês

          As mudanças são imperativas da própria Natureza. Nada nela é estático. Tudo está em constante movimento. Assim é a vida em todas as dimensões. Na pessoal, também. Com você e com aqueles que o cercam, é assim, da mesma forma. É preciso se imbuir dessa consciência.
          Tudo se move no Universo. O sábio Galileu notou esse fato. Apesar de vigiado, perseguido e condenado, morreu afirmando essa verdade - “eppur si muove”.
          Para onde vai esse movimento? Em duas direções fundamentais, básicas para as demais. Movimenta-se para o seu sistema, nele e em torno de si. É como a Terra em seus deslocamentos - na translação e na rotação.
          O indivíduo que almeja mudar precisa observar esses dois fatores. Em relação a si e ao seu mundo. Para provocar mudanças, onde vivemos, é forçoso que mudemos em primeiro lugar a nós mesmos.
          Já notou que “só o outro está errado?” Só ele carece de modificações? Essa é a grita geral em todos os quadrantes. Tudo se exige do outro em quaisquer situações e em todos os níveis: pessoal, familiar, religioso, político e profissional. Em todas as esferas; regional, nacional e internacional. Muitas empresas estão se afastando da prosperidade exatamente por essa razão. Por obtusidade de muitos executivos, gerentes e líderes. Alguns garantem: “Por que mudar se vem dando certo há tantos anos”?
          Por esse processo vamos sempre esbarrando na necessidade de continuar exigindo e esperando por mudanças, sem êxito. Em virtude de estratégias impróprias e de conceitos errôneos, sempre com preconceitos, extremismos ou radicalismos. Onde impera o dogmatismo, distanciam-se ou afastam-se a flexibilidade e a flexibilização.
          Com certeza, “nenhuma mudança duradoura vem de fora”. Com mais propriedade, é-nos possível asseverar que as modificações necessárias e fundamentais dificilmente são operadas lá fora, exteriormente. No entanto, quando o ser humano realmente se desprende das amarras do egoísmo e do orgulho, do comodismo e do atrelamento aos condicionamentos exteriores, ancora-se na sabedoria interna que o concita a mudar a si mesmo.
          Só uma pessoa pode mudar a sua vida!  Exclusivamente ela detém esse poder. Somente Você!
          Ninguém é capaz de tal proeza, por mais que alardeie. Portanto, valha-se dele para alterar o sentido da sua existência. Disponha-se a fazê-lo agora! Neste instante, pela determinação de mudar o que precisa ser mudado. De modificar aquilo que tenciona mudar. De transformar o seu mundo para melhor.

          Como? De que modo?

          Se de fato, com sinceridade, deseja esse mundo melhor, o primeiro caminho a tomar é o da própria remodelação. A começar por si mesmo, melhorando-se. Esta afirmação resulta do pressuposto de que visa a um mundo melhor, composto por você e por todos aqueles que o rodeiam.
          É necessário que percorra as vias do autoconhecimento. Portanto, como só é possível proceder a essa mudança em si próprio, se cada um assumir essa benfazeja tarefa, o mundo será natural e normal, devido ao fato de cada um estar cuidando de si.
          Fantasticamente producente é cada um de nós propor esse caminho ao nosso grupo, oferecendo-lhe o exemplo pessoal. Aqui se coloca como proposta e como sugestão. Nunca como imposição. Como realizá-lo? De que modo?
          Requer muita coragem. Sobremodo quanto à descoberta das fraquezas pessoais. Quanto ao inventário daquilo que necessita ser modificado. Como serão essas metamorfoses? O que pode ser alterado? Somente o que estiver desajustado da engrenagem e do ritmo normal da vida.
Para criar grupos de estudos em sua cidade, em sua empresa ou seu organismo social contate-nos:
Professor João Beserra da Silva
11/8464-5220 – 6435-0934
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Professor João Beserra da Silva: E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!

Professor João Beserra da Silva: E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!

Evolução e Revolução- Revista Terceira Civilização


Evolução e Revolução- Revista Terceira Civilização

A expectativa da Humanidade recai sobre meios alternativos e pacíficos que proporcionem resultados mais duradouros e que, sobretudo, estejam direcionados para a harmonia dos relacionamentos humanos nos seus diversos níveis.
Desde que surgiram, os seres vivos passam por um processo evolucionário ininterrupto. Considera-se que o ser humano seja a espécie mais evoluída a habitar este planeta. A mesma natureza que o “moldou” na forma como é atualmente sofre alterações pelas mãos do homem tanto no plano ambiental quanto em outras áreas como a engenharia genética e a clonagem.
O homem é uma espécie que parece jamais estar satisfeita com a própria condição, sempre procurando melhores circunstâncias de vida ou simplesmente novas experiências. Esse anseio por mudanças pode se manifestar de forma sutil e gradativa, como também revelar-se de maneira abrupta e radical.
Quando as pessoas ouvem falar de mudanças radicais, logo as associam à palavra “revolução”, termo que, num primeiro momento, pode suscitar a ideia de revolta, rebelião ou transformação violenta. Na história recente, as pessoas também se acostumaram a ouvir falar sobre revolução política, econômica, social, industrial, cultural, artística, sexual, tecnológica e dos costumes. Em todos esses exemplos, verifica-se um processo de transformação profunda em relação a um modelo anterior. Chega-se a um limite dentro de determinado padrão, o que gera uma tensão e a consequente adoção de novo padrão, muitas vezes totalmente diferente do anterior. Tais processos normalmente geram desde discussões acaloradas até disputas ou mesmo guerras.
Estudando fatos históricos ou informando-se pelos meios de comunicação, toma-se conhecimento de incontáveis revoluções em todo o mundo e em diferentes épocas, quase sempre como forma de combate a regimes autoritários. Pode haver também derramamento de sangue e muitos participantes acabam tornando-se mártires. Indo contra essa tendência, Mahatma Gandhi foi um dos líderes da humanidade que soube conduzir a independência de seu povo sem apelar aos confrontos armados. Por meio da cultura da não-violência, liderou não somente uma revolução política e social pacífica, como também mostrou ser possível realizar transformações profundas na sociedade por meio do apelo ao humanismo e à dignidade da vida. Da mesma forma, outras pessoas como Martin Luther King Jr., Rosa Parks, Nelson Mandela e Mikhail Gorbachev deram exemplos importantes de como atuar para combater a opressão, a discriminação e as diferenças sociais sem recorrer à violência.
Apesar das incontáveis revoluções pelas quais o mundo passou, podemos verificar que ainda existe muito a ser concretizado em relação a questões como direitos humanos, pobreza, disparidades sociais e democracia. Sem dúvida, muitos desses movimentos contribuíram e, em alguns casos, foram decisivos para o esforço de construir sociedades melhores e mais justas, mas a expectativa da humanidade recai sobre meios alternativos e pacíficos que proporcionem resultados mais duradouros e que, sobretudo, estejam direcionados para a harmonia dos relacionamentos humanos nos seus diversos níveis.
Em sua proposta de paz “O Humanismo do Caminho do Meio - O Alvorecer de uma Civilização Global”, enviada à Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Ikeda afirma: “Em seu livro Soka Kyoikugaku Taikei (Sistema Pedagógico de Criação de Valores), o fundador da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, defende uma transformação fundamental no modo como as pessoas vivem.
Com sua censura a um modo de vida passivo e dependente e de sua declaração de que até mesmo um modo de vida ativo e independente era insuficiente, Makiguti defendia um modo de existência conscientemente interativo e interdependente. Este modo de vida se fundamenta no que hoje poderíamos chamar de capacitação, em particular a capacitação de outros, transmitindo-lhes confiança e oferecendo o dom da esperança e da coragem. Esta é uma forma de vida solidária e de criação de valor, dedicada a concretizar a felicidade própria e a de outros. Esta forma de vida, quando enraizada em incontáveis indivíduos, tem o poder de transformar comunidades e de realmente mudar o mundo, movendo a corrente da história para uma direção verdadeiramente criadora e pacífica.”
Naturalmente uma transformação dessa envergadura não se consegue de uma hora para outra e muito menos sem grande esforço. Por outro lado, refletindo profundamente sobre esse ponto, chega-se à conclusão de que é a forma mais eficaz e permanente de promover a harmonização dos interesses e características das pessoas, seja no ambiente familiar, comunitário seja no mundial.
A raça humana enfrenta desafios altamente complexos que põem em xeque sua própria sobrevivência e o futuro das próximas gerações.
Entretanto, o maior, mais difícil e mais importante de todos é o desafio de cada pessoa de vencer as próprias fraquezas e limitações. Embora a princípio possa parecer insignificante em relação à ampla problemática que envolve o mundo, tudo parte do indivíduo e a ele retorna, como veremos no desenrolar desta matéria.

Recebido de Fábio Oliveira

Postado na Rede, revisado e corrigido pelo Professor Beserra
11/84645220 – 6435-0934

Professor João Beserra da Silva: E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!

Professor João Beserra da Silva: E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!

E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!


E Daí? Eu Não Tenho Nada Com Isso!

por Célio Siqueira

"Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Ao descobrir que era ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há ratoeira na casa, ratoeira na casa !

A galinha:- Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e: - Há ratoeira na casa, ratoeira na casa!
 - Desculpe-me, Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. será lembrado nas minhas orações. O rato dirigiu-se à vaca e: - Há ratoeira na casa!
 - O quê? Ratoeira? Por acaso estou em perigo? Penso que não! Então, o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite, ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima... A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não percebeu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher.
 O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
 Moral da História: Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. 
NOTA: Poderia dizer o ratinho: Gente eles tem uma arma de fazer terremotos, gente eles estão infestando os céus com produtos químicos, gente algo está errado; esses sons horríveis que ouvimos não são normais, gente eles também estão planejando uma guerra mundial; ainda, gente eles querem implantar uma Nova Ordem para o mundo onde pessoas viverão sob um regime fascista, eles estão usando a regra de 3: Problema-Reação-Solução... gente olha, olha gente.
 E aí, depois de saber de tudo isso você vai dizer o quê? Que nada tem a ver com isso? Pense! Estamos avisando há tempos, estamos postando há tempos sobre as coisas que estão acontecendo, e hão de piorar, não porque queremos, mas porque já está planejado hà muito tempo, e não podemos ser omissos/cegos/tolos/ingênuos mais.

É Hora de Despertar para a Realidade. Acordem!
 Portanto, tenha um plano B, um Plano C, e quantos puder montar, reveja sua vida espiritual, prepare-se porque as ratoeiras estão armadas, e a cobra ou as cobras é que estão no comando delas.

Recebido do amigo ativista verde Fábio Oliveira

Postado na Rede, revisado e corrigido pelo Professor Beserra
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Professor João Beserra da Silva: "Dez bilhões de habitantes é o limite" para o mundo", diz professor de Harvard

Professor João Beserra da Silva: "Dez bilhões de habitantes é o limite" para o mundo", diz professor de Harvard

"Dez bilhões de habitantes é o limite" para o mundo", diz professor de Harvard


"Dez bilhões de habitantes é o limite" para o mundo", diz professor de Harvard


"No momento, os ricos têm padrões absurdos de consumo, e as diferenças entre os setores mais ricos e os mais pobres estão cada vez maiores mesmo nos países em desenvolvimento". O comentário é de Edward Wilson, biólogo britânico, professor da universidade de Harvard, em artigo publicada pela BBC Brasil.

Eis o artigo.

É absolutamente crucial agora monitorar de perto o crescimento da população humana. De fato, estamos acelerando, com a estimativa de 9 bilhões em 2043, acima do que se esperava anteriormente a partir de análises de população feitas pelas Nações Unidas.

Dez bilhões é o limite a que deveríamos nos ater. Podemos fazer isso, e pelo menos as tendências apontam na direção certa, com quedas nos índices de natalidade em todos os continentes. Mas deveríamos nos esforçar mais para ao mesmo tempo nos afastarmos da opressão às mulheres e de gestações indesejadas. Ainda mais importante que isso, deveríamos estar pensando de forma mais criativa sobre a questão do crescimento do consumo per capta no futuro em todo mundo.

Este aumento vai ser devastador e certamente será necessário tratar disso de forma a se alcançar sustentabilidade na alimentação e provisão de níveis decentes de moradia ao redor do globo. Isso não parece realmente estar na agenda mundial de forma a causar impacto nos países e nas pessoas mais atingidas pelo problema.
Estou particularmente preocupado com o que estamos fazendo com outras formas de vida. Estamos destruindo a diversidade biológica, que consiste de ecossistemas e das espécies que os habitam.

O perigo de sermos "mais ou menos verdes"
Parte do nosso problema é que ao se tornar "mais ou menos verde", a população mundial tem se concentrado nas partes não vivas do meio ambiente, nos recursos naturais, na qualidade da água, na atmosfera, mudança climática e outros.

Até aí tudo bem, mas agora, deveríamos estar dando igual atenção à parte viva do meio ambiente - os ecossistemas que sobrevivem e a grande maioria das espécies, que têm milhões de anos e estão em pleno processo de erosão.

Gostaria que déssemos mais atenção à criação de reservas e parques naturais em todo mundo. Em alguns lugares isso vem acontecendo, aleatoriamente, mas não da forma necessária.

Realmente precisamos separar mais regiões em que a natureza, o resto dos seres vivos possam ser protegidos, enquanto resolvemos os problemas da nossa espécie e nos ajustamos antes de destruir toda a Terra.

Opções para o próximo século

Ou sairemos deste século e entraremos no século XXII com um planeta em condições muito ruins e com muito menos condições de abrigar vida ou sairemos dele com a maior parte das outras formas de vida preservada e com o potencial para reconstruir a natureza de forma a dar à Humanidade uma chance real de viver no paraíso, com níveis de vida decentes para todos.

Não podemos esperar que os países em desenvolvimento criem programas de produção e consumo sustentáveis enquanto os países desenvolvidos não larguem na frente e mostrem o caminho. No momento, os ricos têm padrões absurdos de consumo, e as diferenças entre os setores mais ricos e os mais pobres estão cada vez maiores mesmo nos países em desenvolvimento.
Essa é uma tendência muito perigosa. Precisamos dar o exemplo nos países desenvolvidos adotando, no mínimo, medidas de limitação do consumo e uma distribuição mais inteligente da riqueza.
Recebido do amigo ativista verde Fábio Oliveira

Postado na Rede Pelo Professor Beserra
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Professor João Beserra da Silva: A Grande Contradição Brasileira - Leonardo Boff

Professor João Beserra da Silva: A Grande Contradição Brasileira - Leonardo Boff

A Grande Contradição Brasileira - Leonardo Boff


A Grande Contradição Brasileira
Leonardo Boff, Filósofo e Teólogo


Mais e mais cresce a convicção, inclusive entre os economistas seja do stablisment seja da linha neokeynesiana, de que nos acercamos perigosamente dos limites físicos da Terra. Mesmo utilizando novas tecnologias, dificilmente poderemos levar avante o projeto do crescimento sem limites. A Terra não aguenta mais e somos forçados a trocar de rumo.
Economistas como Ladislau Dowbor entre nós, Ignace Sachs, Joan Alier, Herman Daly, Tim Jack e Peter Victor e bem antes Georgescu-Roegen incorporam organicamente o momento ecológico no processo produtivo. Especialmente o inglês T. Jack se celebrizou pelo livro “Prosperidade sem crescimento” (2009) e o canadense P. Victor pelo “Managing sem crescimento” (2008). Ambos mostraram que o aumento da dívida para financiar o consumo privado e público (é o caso atual nos países ricos), exigindo mais energia e uso maior de bens e serviços naturais não é de modo algum sustentável.

Os Prêmios Nobel como P. Krugman e J. Stiglitz, porque não incluem explicitamente em suas análises os limites da Terra, caem na armadilha de propor como saída para a crise atual um maior gasto público no pressuposto de que este produzirá crescimento econômico e maior consumo com os quais se pagarão mais à frente as astronômicas dívidas privadas e públicas. Já dissemos à saciedade, que um planeta finito não suporta um projeto desta natureza que pressupõe a infinitude dos bens e serviços. Esse dado já é assegurado.

O que Jack e Victor propõem é uma “prosperidade sem crescimento”. Nos países desenvolvidos o crescimento atingido já é suficiente para permitir o desabrochar das potencialidades humanas, nos limites possíveis do planeta. Então chega de crescimento. O que se pode pretender é a “prosperidade” que significa mais qualidade de vida, de educação, de saúde, de cultura ecológica, de espiritualidade etc. Essa solução é racional mas pode provocar grande desemprego, problema que eles resolvem mal, apelando para uma renda universal básica e uma diminuição de horas de trabalho. Não haverá nenhuma solução sem um prévio acerto de como vamos nos relacionar com a Terra, amigavelmente, e definir os padrões de consumo para que todos tenham o suficiente e o decente.
Para os países pobres e emergentes se inverte a equação. Precisa-se de “crescimento com prosperidade”. O crescimento é necessário para atender as demandas mínimas dos que estão na pobreza, na miséria e na exclusão social. É uma questão de justiça: assegurar a quantidade de bens e serviços indispensáveis. Mas simultaneamente deve-se visar a prosperidade que tem a ver com a qualidade do crescimento. Há o risco real de que sejam vítimas da lógica do sistema que incita a consumir mais e mais, especialmente bens supérfluos. Então acabam agravando os limites da Terra, coisa que se quer exatamente evitar. Estamos face a um angustiante círculo vicioso que não sabemos como fazê-lo virtuoso sem prejudicar a sustentabilidade da Terra viva.
A contradição vivida pelo Brasil é esta: urge crescer para realizar o que o governo petista fez: garantir os mínimos para que milhões pudessem comer e, por políticas sociais, serem inseridos na sociedade.  Para as classes já atendidas, precisa-se cobrar menos crescimento e mais prosperidade: melhorar a qualidade do bem viver, da educação, das relações sociais menos desiguais e mais solidariedade a partir dos últimos. Mas quem vai convencê-los se são violentamente cooptados pela propaganda que os incita ao consumo?  Ocorre que até agora os governos apenas fizeram políticas distributivas: repartiram desigualmente os recursos públicos. Primeiro garantem-se 140 bilhões de reais para o sistema financeiro a fim de pagar a dívida pública, depois para os grandes projetos e somente cerca de 60 bilhões para as imensas maiorias que só agora estão ascendendo. Todos ganham mas de forma desigual. Tratar de forma desigual a iguais é grande injustiça. Nunca houve políticas redistributivas: tirar dos ricos (por meios legais) e repassar aos que mais precisam. Haveria equidade.
O mais grave é que com a obsessão do crescimento estamos minando a vitalidade da Terra. Precisamos de um crescimento mas com uma nova consciência ecológica que nos liberte da escravidão do produtivismo e do consumismo. Esse é o grande desafio para enfrentar a incômoda contradição brasileira.

Leonardo Boff escreveu Sustentabilidade: o que é e o que não é, Vozes, Petrópolis 2012.
Recebido do amigo ativista verde Fábio Oliveira

Postado na Rede Pelo Professor Beserra
11/84645220 – 6435-0934 -