sábado, 18 de fevereiro de 2012

Evolução e Revolução- Revista Terceira Civilização


Evolução e Revolução- Revista Terceira Civilização

A expectativa da Humanidade recai sobre meios alternativos e pacíficos que proporcionem resultados mais duradouros e que, sobretudo, estejam direcionados para a harmonia dos relacionamentos humanos nos seus diversos níveis.
Desde que surgiram, os seres vivos passam por um processo evolucionário ininterrupto. Considera-se que o ser humano seja a espécie mais evoluída a habitar este planeta. A mesma natureza que o “moldou” na forma como é atualmente sofre alterações pelas mãos do homem tanto no plano ambiental quanto em outras áreas como a engenharia genética e a clonagem.
O homem é uma espécie que parece jamais estar satisfeita com a própria condição, sempre procurando melhores circunstâncias de vida ou simplesmente novas experiências. Esse anseio por mudanças pode se manifestar de forma sutil e gradativa, como também revelar-se de maneira abrupta e radical.
Quando as pessoas ouvem falar de mudanças radicais, logo as associam à palavra “revolução”, termo que, num primeiro momento, pode suscitar a ideia de revolta, rebelião ou transformação violenta. Na história recente, as pessoas também se acostumaram a ouvir falar sobre revolução política, econômica, social, industrial, cultural, artística, sexual, tecnológica e dos costumes. Em todos esses exemplos, verifica-se um processo de transformação profunda em relação a um modelo anterior. Chega-se a um limite dentro de determinado padrão, o que gera uma tensão e a consequente adoção de novo padrão, muitas vezes totalmente diferente do anterior. Tais processos normalmente geram desde discussões acaloradas até disputas ou mesmo guerras.
Estudando fatos históricos ou informando-se pelos meios de comunicação, toma-se conhecimento de incontáveis revoluções em todo o mundo e em diferentes épocas, quase sempre como forma de combate a regimes autoritários. Pode haver também derramamento de sangue e muitos participantes acabam tornando-se mártires. Indo contra essa tendência, Mahatma Gandhi foi um dos líderes da humanidade que soube conduzir a independência de seu povo sem apelar aos confrontos armados. Por meio da cultura da não-violência, liderou não somente uma revolução política e social pacífica, como também mostrou ser possível realizar transformações profundas na sociedade por meio do apelo ao humanismo e à dignidade da vida. Da mesma forma, outras pessoas como Martin Luther King Jr., Rosa Parks, Nelson Mandela e Mikhail Gorbachev deram exemplos importantes de como atuar para combater a opressão, a discriminação e as diferenças sociais sem recorrer à violência.
Apesar das incontáveis revoluções pelas quais o mundo passou, podemos verificar que ainda existe muito a ser concretizado em relação a questões como direitos humanos, pobreza, disparidades sociais e democracia. Sem dúvida, muitos desses movimentos contribuíram e, em alguns casos, foram decisivos para o esforço de construir sociedades melhores e mais justas, mas a expectativa da humanidade recai sobre meios alternativos e pacíficos que proporcionem resultados mais duradouros e que, sobretudo, estejam direcionados para a harmonia dos relacionamentos humanos nos seus diversos níveis.
Em sua proposta de paz “O Humanismo do Caminho do Meio - O Alvorecer de uma Civilização Global”, enviada à Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Ikeda afirma: “Em seu livro Soka Kyoikugaku Taikei (Sistema Pedagógico de Criação de Valores), o fundador da Soka Gakkai, Tsunessaburo Makiguti, defende uma transformação fundamental no modo como as pessoas vivem.
Com sua censura a um modo de vida passivo e dependente e de sua declaração de que até mesmo um modo de vida ativo e independente era insuficiente, Makiguti defendia um modo de existência conscientemente interativo e interdependente. Este modo de vida se fundamenta no que hoje poderíamos chamar de capacitação, em particular a capacitação de outros, transmitindo-lhes confiança e oferecendo o dom da esperança e da coragem. Esta é uma forma de vida solidária e de criação de valor, dedicada a concretizar a felicidade própria e a de outros. Esta forma de vida, quando enraizada em incontáveis indivíduos, tem o poder de transformar comunidades e de realmente mudar o mundo, movendo a corrente da história para uma direção verdadeiramente criadora e pacífica.”
Naturalmente uma transformação dessa envergadura não se consegue de uma hora para outra e muito menos sem grande esforço. Por outro lado, refletindo profundamente sobre esse ponto, chega-se à conclusão de que é a forma mais eficaz e permanente de promover a harmonização dos interesses e características das pessoas, seja no ambiente familiar, comunitário seja no mundial.
A raça humana enfrenta desafios altamente complexos que põem em xeque sua própria sobrevivência e o futuro das próximas gerações.
Entretanto, o maior, mais difícil e mais importante de todos é o desafio de cada pessoa de vencer as próprias fraquezas e limitações. Embora a princípio possa parecer insignificante em relação à ampla problemática que envolve o mundo, tudo parte do indivíduo e a ele retorna, como veremos no desenrolar desta matéria.

Recebido de Fábio Oliveira

Postado na Rede, revisado e corrigido pelo Professor Beserra
11/84645220 – 6435-0934

Um comentário:

Unknown disse...

Há mais de 4 décadas vimos percorrendo o Brasil com esse sentido - o da proposta da reforma íntima, como solução para transformação da Humanidade. Chegamos mesmo a escrever um livro com o título "A Paz Mundial Começa em Cada um de Nós", publicado em 1987. Recentemente publicamos um outro com o título "Você Vale a Pena! - Rumo ao Infinito". Várias entidades estão encabeçando a organização de um evento nosso com esse tema, em mini-palestra gratuita na última semana de março. Provavelmente a mesma ocorrerá no auditório do Ciesp.
Contate-nos: professorbeserra@yahoo.com.br
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